Secretário responsável por estatais no país pede demissão
Amaro Gomes, que estava há 13 meses chefiando o setor, pediu para sair após interferências do presidente Bolsonaro na gestão das empresas
atualizado
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O Ministério da Economia confirmou, nesta segunda-feira (1º/3), a troca do secretário de Coordenação e Governança das Empresas Estatais.
Sai Amaro Gomes, que estava há 13 meses chefiando o setor, e assume Ricardo Faria. Segundo a pasta, a exoneração de Gomes é de cunho pessoal e foi informada à Secretaria Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados (SEDDM) ainda em janeiro.
Faria é mestre em economia do setor público pela Universidade de Brasília (UnB), servidor público da carreira, e especialista em políticas públicas e gestão governamental.
Ele atuou na Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (SEPPI) e, anteriormente, na própria secretaria que trata de estatais. Nessa época, exerceu as funções de diretor do Departamento de Governança e Avaliação de Estatais, de assessor especial do secretário e de secretário-adjunto, na gestão de Amaro Gomes.
Faria coordenou a elaboração de relatório sobre benefícios e auxílios para os empregados das estatais federais, divulgado em fevereiro.
De acordo com o Ministério da Economia, Gomes deixa a equipe do ministro Paulo Guedes para “assumir novos desafios no setor privado”.
Polêmica com estatais
A troca no comando da secretaria ocorre após polêmicas envolvendo o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tem interferido na gestão das estatais.
O chefe do Executivo demitiu o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, em comunicado pelas redes sociais. O mercado financeiro entendeu a medida como interferência política.
Depois, o mandatário da República ameaçou “colocar o dedo” na Eletrobras e gerou nova desconfiança. O governo sinalizou ainda as privatizações da Eletrobras e dos Correios.