Cidade egípcia de 3,4 mil anos é descoberta perto de Alexandria
Inicialmente, arqueólogos estavam procurando pistas sobre um assentamento grego, porém acharam vestígios de uma cidade egípcia
atualizado
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Arqueólogos descobriram os restos de uma cidade egípcia que existiu há 3,4 mil anos. Acredita-se que Aquenáton, pai do famoso faraó Tutancâmon, começou a construção do local e, posteriormente, o faraó Ramsés II a expandiu. Os achados foram publicados na revista científica Antiquity em janeiro deste ano.
O assentamento foi encontrado no sítio arqueológico de Kom el-Nugus, no norte do Egito, a cerca de 43 quilômetros a oeste de Alexandria. Antes, os especialistas acreditavam que o local só tinha começado a ser habitado por volta de 332 a.C., quando os gregos chegaram ao Egito no período helenístico.
Enquanto estudavam vestígios da habitação dos gregos, os pesquisadores encontraram pistas da ocupação egípcia. A descoberta de tijolos de barro feitos no Novo Império mostrou que o assentamento é o mais antigo já encontrado ao norte do Lago Mariout.
Segundo o autor principal do estudo, o arqueólogo Sylvain Dhennin, do Centro Nacional Francês para Pesquisa Científica, ainda não foi possível definir o tamanho real da cidade, mas a qualidade dos vestígios e a organização vista na construção sugere que havia muita gente morando no local.
“Existia um templo, construído pelo Rei Ramsés II, bem como capelas funerárias particulares, que mencionam militares. Se o assentamento era de fato de natureza militar, é possível que também houvesse uma muralha fortificada e prédios istrativos”, afirma Dhennin, em entrevista ao portal Live Science.

Um dos achados mais interessantes foi de uma jarra selada com o nome de Meritaton, filha de Aquenáton e da rainha Nefertiti. “A presença deste selo provavelmente indica a produção de vinho pertencente a uma propriedade real. Os vinhedos nas margens do Egito provavelmente eram protegidos pelos militares e faziam parte de uma frente pioneira para ocupar esta região em direção ao deserto”, completa Dhennin.
Durante seu reinado, Aquenáton tentou liderar uma revolução religiosa no Egito. O faraó queria a religião egípcia girasse em torno da adoração de Áton, o deus do sol na mitologia local. Tempos depois, o rei Tutancâmon, filho de Aquenáton, voltou a tornar a religião politeísta como tradicional na região.
As escavações no local da descoberta continuam em andamento e podem revelar mais detalhes sobre a cidade, incluindo seu nome original e sua verdadeira extensão.
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