Bolsa bate novo recorde histórico e dólar sobe com temor fiscal
Ibovespa fechou em alta de 0,66%, aos 139.334 pontos, superando marca de 138.940 pontos, alcançada na terça-feira (13/5)
atualizado
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O Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), bateu novo recorde nesta nesta quinta-feira (15/5). Ele fechou em alta de 0,66%, aos 139.334 pontos. Na terça-feira (13/5), o indicador já havia superado a marca histórica, ao alcançar 138.940 pontos.
No pregão, o dólar também fechou em alta, subindo 0,83%, cotado a R$ 5,68. Na véspera, a moeda americana já havia registrado elevação de 0,42%, a R$ 5,63.
Na avaliação de analistas, os mercados oscilaram nesta quinta-feira, influenciados por dados divulgados tanto nos Estados Unidos como no Brasil. No caso americano, observa Bruno Shahini, especialista em investimentos da fintech Nomad, novas informações mostraram um arrefecimento da economia do país.
O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) caiu 0,5% em abril em relação a março, segundo o Departamento do Trabalho dos EUA. Analistas consultados pela empresa FactSet projetavam uma alta de 0,2%. Ou seja, o PPI veio bem abaixo do esperado.
A perda de tração dos negócios americanos favorece a perspectiva de cortes de juros nos EUA, algo que pode reduzir a pressão “altista” (como dizem os técnicos) do dólar e, ao mesmo tempo, favorece aportes em ativos de risco, como as ações negociadas em Bolsa.
De olho na meta
Em contrapartida, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, deu declarações reafirmando a disposição do órgão em combater a inflação (o que exige juros altos). “Expectativas ancoradas são essenciais para tudo o que fazemos, e continuamos totalmente comprometidos com a meta de 2% de inflação”, afirmou Powell.
“Aumento” do Bolsa Família
No Brasil, observa Fabio Louzada, da escola de educação financeira “Eu me banco”, os investidores acompanharam apreensivos a difusão de boatos sobre um possível aumento do Bolsa Família.
“Isso diminuiu o ritmo de alta do Ibovespa com as preocupações em relação aos gastos do governo”, diz. Louzada acrescenta que “o clima acalmou”, contudo, depois que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, desmentiu a informação.
“Onde mora o perigo”
Para Emerson Vieira Junior, responsável pela mesa de câmbio da Convexa Investimentos, com a perda de intensidade das notícias sobre o tarifaço imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, as atenções recaíram sobre o Brasil. “E é aí que o perigo mora”, diz o analista.
As notícias sobre as tarifas de Trump, que sempre mexem com o humor dos mercados, esfriaram com o anúncio, no fim de semana, de um acordo provisório entre EUA e China. Os dois países concordaram em reduzir as sobretaxas em 115% por um prazo de 90 dias.
Com isso, as tarifas americanas sobre importações chinesas serão reduzidas de 145% para 30%. As chinesas sobre produtos americanos arão de 125% para 10%.