Cid: motociatas de Bolsonaro aumentaram gastos com cartão corporativo
A partir do momento em que Bolsonaro decidiu realizar motociatas em diferentes estados, o GSI precisou comprar motos similares
atualizado
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As famosas motociatas organizadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro podem ter causado um aumento significativo nos gastos do cartão corporativo da Presidência da República. A informação consta na delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, cujo sigilo foi derrubado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes nesta quarta-feira (19/2).
Segundo o depoimento de Cid à Polícia Federal (PF), a partir do momento em que Bolsonaro decidiu realizar motociatas em diferentes estados, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) precisou comprar motos similares às do ex-presidente para que os agentes de segurança pudessem acompanhá-lo.
Além disso, o transporte dessas motos para outros estados exigia embarques logísticos que, segundo Cid, foram pagos com recursos públicos.
O ex-ajudante de ordens também afirmou que os custos com hospedagem e alimentação dos agentes de segurança que participavam das motociatas eram cobertos pelo cartão corporativo da presidência. Como cada evento envolvia uma grande estrutura de segurança, os gastos operacionais se multiplicaram ao longo do mandato.
Delação
O depoimento de Mauro Cid faz parte do conjunto de provas que embasam a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro e outras 33 pessoas. O grupo é acusado de tentativa de golpe de Estado, organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Com a derrubada do sigilo da delação, Moraes determinou que os 34 denunciados terão 15 dias para apresentar suas defesas.