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Novo recorde: por que as pessoas mudam tanto de emprego no Brasil

Quase 9 milhões de brasileiros, 36% dos trabalhadores com carteira assinada, trocaram de emprego em um ano. Taxa é a maior já constatada

atualizado

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Imagem colorida mostra pessoa com carteira nacional de trabalho e emprego na mão aparecida - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra pessoa com carteira nacional de trabalho e emprego na mão aparecida - Metrópoles - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

A rotatividade no mercado de trabalho brasileiro atingiu novo recorde no Brasil. Considerados os últimos 12 meses, 36% dos trabalhadores – o equivalente a 8,8 milhões de pessoas – com carteira assinada mudaram de emprego voluntariamente, o maior percentual observado desde o início da série histórica do indicador, em 2004. Há cinco anos, esse patamar era de 25%.

A constatação foi feita em um estudo realizado pela LCA Consultores, com base em informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), até fevereiro deste ano. De acordo com o economista Bruno Imaizumi, autor da análise, a troca voluntária de empregos vem acelerando no país desde a pandemia.

Agora, porém, o principal motor dessas mudanças é o aquecimento do mercado. Isso porque, diz o levantamento, boa parte dos desligamentos é justificada pela busca por condições mais vantajosas no novo emprego. “Para isso, as pessoas estão encontrando maior oferta de vagas”, diz a análise.

Uma pesquisa divulgada pelo Ministério do Trabalho e Emprego em agosto de 2024 já havia apontado os motivos pelos quais os trabalhadores se desligaram voluntariamente do emprego. O levantamento foi feito entre novembro de 2023 e abril do ano ado.

Razões da mudança

A lista de justificativas era encabeçada pela resposta “já tinha outro trabalho em vista”, cravada por 36,5%. Outros 32,5% citaram o “baixo salário” e 24,7% falaram que seu “trabalho não era reconhecido” na empresa.

Além disso, 24,5% alegaram que “sentiam problemas éticos na forma de trabalhar”, 16,2% apontaram “conflitos com chefes” e 15,7% reclamaram da “falta de flexibilidade na jornada de trabalho”. A soma dos motivos alegados é superior a 100%, porque as pessoas puderam optar por mais de uma resposta.

Mais jovens na liderança

Agora, o estudo da LCA mostra que a troca voluntária de empregos formais é mais acentuada entre os mais jovens, que compõem a geração Z (nascidos entre 1997 e 2010, com idades entre 15 e 28 anos). Em fevereiro de 2025, cerca de 40% dos trabalhadores com até 29 anos haviam trocado de trabalho no período de um ano. No mesmo mês de 2020, esse percentual era de 26%. Para os que têm até 17 anos, a rotatividade é maior. Ela alcança 42%, mas era de 30% antes da pandemia.

Uma rotatividade maior entre os mais jovens não chega a ser novidade. Esse grupo, diz Imaizumi, “ocupa postos de trabalho de menor remuneração e qualificação, além de estar em busca de melhores oportunidades ou de experiências diversificadas no início da carreira”.

Diferença geracional

Agora, porém, há especificidades nesse segmento que chamam a atenção. “A diferença é que as novas gerações já vêm com as relações de trabalho pós-pandemia, o que pode intensificar mais as demissões voluntárias dos mais jovens”, afirma o economista.

A título de comparação, a taxa de rotatividade no trabalho para a faixa etária de 40 a 49 anos é de 32,5%. No caso do grupo entre 50 e 64 anos, fica em 27,7%. Diz Imaizumi: “Os mais velhos tendem a valorizar a estabilidade, permanecendo muitas vezes mais tempo no mesmo emprego, o que pode ajudar a explicar seus percentuais mais baixos de desligamentos voluntários”.

Ele observa que, nos últimos anos, a crescente digitalização da economia, a ascensão de modelos de trabalho remoto e híbrido e a busca por maior qualidade de vida também estão estimulando as trocas de trabalho. “Isso especialmente entre os jovens, que têm maior facilidade de adaptação a novas dinâmicas e disposição para transições frequentes”, afirma.

Fator escolaridade

O estudo mostra que os trabalhadores mais escolarizados apresentam as maiores taxas de desligamento voluntário, seguidos pelos que têm ensino médio e, por último, aqueles com até o fundamental completo. “Isso reflete a maior empregabilidade e mobilidade profissional de pessoas mais escolarizadas, que tendem a ter mais opções de emprego e podem buscar melhores oportunidades de carreira com maior frequência”, afirma o estudo.

No entanto, a máxima histórica de pedidos de desligamento entre os mais escolarizados ocorreu entre 2021 e 2022. Desde então, houve leve queda. Essa mudança, explica o autor do trabalho, pode estar relacionada ao “arrefecimento da recuperação econômica pós-pandemia, combinado com uma possível saturação no mercado de trabalho para profissionais qualificados em determinados setores”.

“Além disso, a diminuição no ritmo de oportunidades de trabalho remoto pode ter estabilizado esse movimento, pois os profissionais – sobretudo os mais qualificados – aram a ter mais flexibilidade sem precisar, necessariamente, se desligar formalmente de seus postos”, diz o economista.

Mulheres mudam mais

A rotatividade no mercado formal de trabalho também é maior entre as mulheres. A taxa de mudança nesse caso é pouco superior a 40%. Para os homens, fica em torno de 32%. Essa diferença, destaca o estudo, é resultado de uma conhecida “combinação de fatores estruturais, sociais e até setoriais”. “A participação das mulheres no mercado de trabalho brasileiro tende a ser menor e mais difícil (daí a maior propensão por mudança) do que a dos homens, já que elas costumam ter uma jornada desproporcional em relação aos cuidados com a casa e com outros parentes (filhos e idosos).”

“Grande renúncia”

Altas taxas de mudanças voluntárias de emprego vêm sendo constatadas desde a pandemia em diversos países. Nos Estados Unidos, o fenômeno chegou a ser atribuído a mudanças comportamentais, como a busca por maior realização pessoal. Ele foi chamado de “grande renúncia”.

Na avaliação de Bruno Imaizumi, parte desse movimento também é observado no Brasil. “Aqui, por termos um mercado mais informal e com salários baixos, esse fenômeno continua em alta, acompanhado do bom momento da economia, com a maior oferta de vagas”, diz.

Em resumo, nota o economista, as trocas de emprego no país têm sido puxadas pelo mercado de trabalho mais aquecido, mas também por novas relações de trabalho pós-pandemia, em que as “pessoas priorizam não só o salário, mas outros aspectos que oferecem mais qualidade de vida”.

Veja neste link quais regiões e estados do Brasil lideraram as trocas de emprego nos últimos 12 meses.

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